terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O que eu vejo...

No barco eu vejo alguém livre, sem destino certo, sem algemas, esperançoso de chegar a um lugar que lhe dê conforto. Alguém que não quer estar preso a um cais ou uma ilha. Alguém que não quer ficar acomodado.
Na ilha eu vejo alguém que vai ficar pra atrás, sem perspectiva de mudança, que vai chorar. Vai sentir que o vento não mais trará àquele barco para próximo de si. Vai chorar. Vai ficar na solidão do mundo que criou, como um pergaminho preso a uma garrafa. Vai chorar.
Apesar disso, há uma imagem que se forma no delinear da ilha em junção com o céu, o vento e o mar, mostrando claramente a assombração a qual ele estará confinado ao longo de sua triste vida. Ele está em uma ilha. O mar está agitado. Ele não sabe nadar,,, e talvez não queira aprender.

Um comentário:

  1. Sem algemas... Talvez decepções façam com que as pessoas tendam a buscar pulsos livres, um coração livre, um mar só seu ainda por ser mapeado conforme suas escolhas.
    Ainda continuo a afirmar que cada um verá nessa imagem aquilo que mais anseia em ter, o que realmente faz de sua vida, ou aquilo que faz apenas para servir como fuga, fuga de seus medos, criados a partir das decepções trazidas pela vida. Mas deixemos isso de lado.

    “Ele não sabe nadar,,, e talvez não queira aprender.”

    Muito interessante essa frase, talvez por mais que suas lágrimas ajudem a aumentar o nível do mar, por mais que a imagem daquela que partiu se torne cada vez mais viva ao seu redor, talvez ele não se permita perdoar ou pedir perdão. Por mais que sinta saudade, ele não procurará nadar, seu orgulho pode ser maior...

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