domingo, 9 de agosto de 2009

Novos velhos tempos

Faz tempo que ninguém escreve nada por aqui. Cinco meses passaram-se. Pode parecer pouco, mas tudo depende de um referencial. Digamos que uma vida dure entre 60 e 70 anos, fazendo uma média, 65. Seriam 780 meses de vida, então teremos 0,64% de nossas vidas tendo passado neste período. Viagem matemática?? Sei lá, mas serve como alusão ao meu objetivo. Quero dizer que nossa vida é muito curta e temos que dar valor às suas etapas, refletindo e avaliando estas passagens. Neste caso, houve mudanças importantes na família Sigma. Poderia citar cada caso, mas tenho receio de me tornar indiscreto. Vou deixar que os usuários do blog se pronunciem e nos contem sobre as mudanças em suas vidas de março para cá. Falem agora e não calem-se para sempre. A internet pode eternizar suas palavras. Profecia ou realidade?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Terceira composição,,,por trás de uma suavidade melódica pretendida na música,,,tensão e conflitos entre as personagens, mais uma vez


PERFÍDIA

Sobe a fumaça pra esconder o sol
Que iria contemplar teu dia
Que iria irradiar a esquina
Das escolhas do caminho
Sobe a fumaça e disfarça o céu
Com maquiagem em rímel, sombra e batom

Tons de cinza são tua nova luz
Neste efeito não há “control z”
Tudo feito, tudo errado em vão
Tua culpa é o que há de claro aqui

Sobe o sol de trás das montanhas rochosas
Queria contemplá-lo todos os meus dias
Queria irradiá-lo em todas as esquinas
Alvorada virgem prenuncia a estrela
E esclarece com o lápis que contorna o batom

Segunda composição,,,a intenção é de uma levada mais agressiva na melodia


MUNDO IMUNDO

No teu mundo
O prazer rege as regras
Ele não tem limite pra escoar
Cada passo que tu dás tem um desvio
E buracos que esperam pra te derrubar

No teu mundo
O que importa é a cidade
E o descaso está presente na bagagem
Imponente ao fantasma dos teus atos
Só te resta a sentença da clausura

Não faço parte do teu habitat inatural
Eu não sou peça chave desse jogo imundo
Talvez eu peça pra voltar um dia
Pra acabar com o que restou da tua fantasia


...Talvez eu volte um dia
Pra te derrubar

quinta-feira, 12 de março de 2009

Silêncio!




Meu silêncio não é timidez
Nem falta do que conversar
Parece que voltei atrás
Não acho mais que você valha a pena

Meu silêncio não me trás calma
Só me faz entender que meu coração
Ainda não desocupou uma vaga pra você
No fundo a chave ainda não foi devolvida
E acho que propositalmente.

Meu silêncio te deixa confuso, eu sei.
Mas teus diálogos forçados me deixam desapontada
Você não tem sido melhor que o anterior
E é exatamente isso que ele quer,
Que ele continue sendo o mais interessante.

Não fique com raiva de mim
Apenas já chega de insensatez,
Tenho cometido erros demais...



(Sei que esta breve tentativa de texto sai totalmente dos parâmetros que viemos produzindo até agora, mas, como o blog é para expor toda a forma experimental de idéias...).


O problema que acaba me afligindo, é que realmente não entendo o que me fez escrever isto, muito menos para quem, vocês que são meus amigos, ajudem a me encontrar, a me entender, estou precisando...



Daniela Moreira

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Bússola sem ponteiro...



“Um barco a vela que partiu do cais buscando abrigo na ousadia do vento e do mar”.

Por mais que eu tenha buscado abrigo em algum outro cais, por mais que um bom número deles tenha surgido, o amparo não veio, o vazio não deixou de existir, e eu continuei a me sentir tão sozinha entre o vento e o mar quanto me sentia à beira daquele cais que já não me queria como membro seu.
Tentei explicar tantas coisas sobre aquele pergaminho que pôs um ponto final entre mim e ele, que esqueci de perguntar a mim mesma quais as minhas condições de ser, se minhas ações também não estavam ocultas, se eu também não tinha errado.
Enquanto me sentia descartada esqueci das coisas boas que o pergaminho havia me concedido, toda a sua história já escrita, todo o seu conhecimento, sua companhia, as páginas em branco que me deixou escrever, dos presentes com os quais me mimou, e eu não via, achava que não havia ganhado nada, apenas doado.
Hoje, ao sentir falta de alguma coisa na imensidão desse mar, lembro de que também não valorizei tudo que tinha.
E então por que não voltar para o cais de onde parti?
Parece que algumas vezes o vento esta querendo que eu faça isso, pois tudo indica que ele esta me dando a direção para regressar, mas já naveguei tanto, mesmo que em tão pouco tempo, e tanta coisa já mudou, que a dúvida da certeza não permite que minhas mãos girem o leme do meu barco.
Há muito tempo minha bússola não aponta para lugar algum, acho que já não saberia mais voltar.

Daniela Moreira



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Nunca pensei que seria um barco à vela

Olá pessoal
Ainda ontem encontrei muitos barcos atracados, não pude deixar de notar que estavam ali há muito tempo, pois o limo revestia sua identidade e o lodo lhes dava aparência de velhos. Enquanto passava naquele cais onde cujas esperanças estavam em óbito lembrei que eu já havia feito o mesmo, via as coisas apenas como eram, e não como poderiam ser, a tradição paralisou minha mente. O tempo passava e eu mesmo insatisfeito, somente olhava a corda que me prendia naquele velho e acomodado cais, na verdade eu tinha medo dela.
O tempo passou e daí começou a aparecer pessoas cujas ações e palavras agiam como lâminas nessa corda, eu sem entender pensava: não podem cortar ela, se não vou ficar a deriva; chegou ao ponto em que a corda estava prestes a romper e foi então que alguém veio e disse: O mundo é o teu limite, pena que não sabes. Isso fez uma revolução dentro de mim, colocaram em guerra meus desejos e ambições contra a tradição e a paralisia que me tomou durante anos.....e hoje!?, hoje me sinto com três metros de altura, a corda que me prendia usei para colocar mais uma vela em mim, pois agora tenho de aproveitar os ventos que tornam reais meus desejos.
Esse alguém que um dia serviu como espelho para que eu pudesse ver o reflexo que a “água” distorcia está navegando, e eu!?, Eu não ficarei na ilha, irei tão longe quanto pode ser medido, os mares estão a minha espera, e quem sabe um dia encontro essa pessoa novamente, e dizer que enquanto navegava podia ver seu rosto nas montanhas em conjunto com as belezas do céu e a leveza dos pássaros.
Enquanto desapareço no horizonte vejo que alguém ficou na ilha de onde parti, não o conheço assim como muitos outros barcos, mas deixei um pergaminho em uma garrafa contando minha história talvez sirva para alguma coisa.
Roger Dutra Rad

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A letra que deu origem à série

BARCO À VELA

Busquei palavras que pudessem traduzir o teu caminho
No dicionário do meu ego o teu verbo está oculto
Busquei sujeitos pra determinar a oração
Na frase fica tão explícita a tua condição de ser

Um pergaminho que ficou perdido em uma ilha
Nas entrelinhas do vento e do mar

Busquei sinônimos que levassem sua cabeça ao chão
E são escravos manuscritos das folhas que pedem perdão
Busquei resumos que pudessem traduzir o meu caminho
No texto fica encoberta a minha pretensão de ser

Um barco à vela que partirá do cais buscando abrigo
Na ousadia do vento e do mar

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O que eu vejo...

No barco eu vejo alguém livre, sem destino certo, sem algemas, esperançoso de chegar a um lugar que lhe dê conforto. Alguém que não quer estar preso a um cais ou uma ilha. Alguém que não quer ficar acomodado.
Na ilha eu vejo alguém que vai ficar pra atrás, sem perspectiva de mudança, que vai chorar. Vai sentir que o vento não mais trará àquele barco para próximo de si. Vai chorar. Vai ficar na solidão do mundo que criou, como um pergaminho preso a uma garrafa. Vai chorar.
Apesar disso, há uma imagem que se forma no delinear da ilha em junção com o céu, o vento e o mar, mostrando claramente a assombração a qual ele estará confinado ao longo de sua triste vida. Ele está em uma ilha. O mar está agitado. Ele não sabe nadar,,, e talvez não queira aprender.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Discutindo Comentários

Bom esse post é mais para responder ao belo comentário do nosso amigo Diego no post anterior, pensei em responder diretamente a ele, mas ai não estaria fazendo valer a finalidade deste blog. Como já mencionamos anteriormente o blog Barco à Vela tem a intenção de discutir assuntos variados sobre todo e qualquer tema, preferencialmente com conteúdo visionário.
Bom o Diego perguntou em seu comentário se minha pergunta sobre a imagem do cabeçalho seria oque te lembra ou oque você entende.
Realmente a pergunta é oque você LEMBRA ao ver a imagem.
Gostaria de saber até onde vai à visão de cada um, se só perceberão oque esta dentro daquele quadro de dimensões 400 x 320, ou conseguirão enxergar além do que o pincel pôde pintar e sentir o mundo que se pode criar, além do que a retina capta à primeira vista. Mas sim, é o que cada um lembra, isso mostrará no que atualmente cada um anda pensando. Aproveitando, gostaria de dizer que nesta imagem a muito mais do que as rochas, o mar, as nuvens, o rapaz e o barco, a outra figura digamos que subdesenhada, vamos ver se alguém consegue nos dizer qual é.

Voltando ao comentário do Diego, achei interessante as colocações do nosso amigo, algumas foram:

1) Um indivíduo olhando um barco se afastando.Ele foi abandonado, deixado de lado, esquecido, e o vento só ajuda o barco a manter um rumo.O que o indivíduo sente?2) Um indivíduo solitário, esperançoso, vê sua salvação chegando de barco, mas o barco não vem em sua direção. Por que o vento não pára?3) O barco sai com um rumo, deixando o indivíduo à espera, mas será que o barco vai voltar.Por que o barco não o levou junto?4) Pegando a parte do texto "...Barco à Vela em busca de um novo caminho para sua vida..." e juntando com a idéia sobreposta com a imagem, é necessário abandonar(deixar de lado) alguém para seguir um novo caminho?Abandonar uma pessoa não é uma atitude correta a se tomar, mas isso depende, a pessoa era parte da tripulação?Mereceu o abandono?


Claro que nossas interpretações irão sempre ser influenciadas pelo momento em que estamos vivendo, pelos pensamentos que enchem nossas mentes.
Para algumas pessoas a imagem irá trazer a idéia de que o rapaz nas rochas foi deixado pra trás, que o barco o abandonou, quem tiver essa visão inicialmente não deve estar feliz completamente afinal.
Para outros a idéia pode ser de que o rapaz quis assim, já que ali, diante do mar e do céu limpo forrado apenas por puras nuvens, ele tem paz. Essa pessoa estaria em um bom momento de sua vida, em alívio consigo mesma.

Vejamos como então eu estaria e o que vejo, respondendo sobre o item 4 do comentário do Diego, apenas diria que sim, muitas vezes é preciso deixar algumas pessoas, abrir mão de algumas coisas para formar ações no futuro. Não deixar alguém de lado, abandonar, não acho que a definição seja essa, mas saber ver e aceitar quando pessoas já não se encaixam mais umas com as outras, mesmo que só um pense assim, as peças já não irão se encaixar, não vale então, se prender a algo que se vê, não teria futuro. Quando o barco ainda está construindo sua rota não há como montar definitivamente sua tripulação, por tanto se o barco seguiu em busca de sonhos que são apenas seus, talvez oque tenha buscado foi deixar que o outro também fizesse suas próprias escolhas, sem ter que ficar dependente do barco. Separados talvez eles possam mais.



Daniela Moreira

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Arquitetando um Barco à Vela

Bom, realmente a idéia de utilizar novos meios de expressão através da arte tem nos empolgado bastante.
Atualmente nossa banda, de grandes amigos, tem pensado em não só trabalhar com música, mas também com clipes, curtas, enfim, filmagens.
E foi muito interessante como a produção desta canção, ainda em construção, abriu janelas para grandes e variadas interpretações, a ponto de fazer com que nós, integrantes da banda Sigma viéssemos a criar um blog e tentar recolher idéias diversas sobre a interpretação de um número maior de pessoas.
Outro fato interessante foi de que eu, Dani, e o guitarrista Emerson, que escreveu o post anterior, no inicio da produção da letra levamos o sentido da história para caminhos bem diferentes, e foram essas diferenças que fizeram com que o restante da letra fosse arquitetada. Um sentido peculiar foi dado por nós a cada frase, a cada trecho, fazendo com que essa canção se tornasse especial.

Espero que ela proporcione a todos o mesmo sentido que teve a nós.
Logo a letra estará aqui.
Por enquanto, que a imagem no cabeçalho, do Barco à Vela em busca de um novo caminho para sua vida, instigue a criatividade de todos.

Para iniciar as trocas de idéias, faço uma pergunta:

A você, o que lembra a imagem do cabeçalho deste blog?



Daniela Moreira.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Por que um barco à vela?

Este blog nasce com a intenção de discutir assuntos aleatórios, mas com conteúdo visionário. Temos o objetivo de utilizar o que for dito aqui para nossas produções artísticas, como por exemplo: letras para músicas, clipes, curtas-metragens... .
Somos de uma banda de rock da cidade de Pelotas chamada Sigma, e na verdade, nos tornamos uma banda de ensaios, pois, de todos os componentes, apenas eu, não tenho uma outra banda. A prioridade dos que pertencem à nossa banda são as outras bandas, e isso torna a coisa engraçada, pois mesmo que a gente não toque junto por aí, estamos sempre nos reunindo. Nossos componentes atuais são: Eu(Emerson), Daniela, Roger, Eddy, Welhinton. E ainda temos os amigos de reunião, que certamente irão se manifestar aqui no blog.
Ontem, em mais uma de nossas reuniões de ensaio, durante um debate sobre uma letra de uma nova canção, foi, mais uma vez, um momento de reflexão árdua. Conversávamos sobre as diversas formas de interpretar o que havia sido dito em tal letra. O álcool, em pouca quantidade, não pôde nos ajudar a "viajar" ainda mais. Mas, mesmo assim, coisas muito interessantes foram ditas, a ponto de quase chegarmos a um consenso sobre o significado do texto que havíamos escrito, e que por sinal, ainda estava em vias de acabamento. E foi então, de uma frase que explicava um refrão, que surgiu o título deste blog. Mais tarde vou postar a letra, para que possamos então fazer análises com um grupo maior de pessoas, e que, certamente, nos darão idéias e interpretações sobre o que, mesmo tendo sido escrito por nós, não sabemos interpretar.