quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Nunca pensei que seria um barco à vela

Olá pessoal
Ainda ontem encontrei muitos barcos atracados, não pude deixar de notar que estavam ali há muito tempo, pois o limo revestia sua identidade e o lodo lhes dava aparência de velhos. Enquanto passava naquele cais onde cujas esperanças estavam em óbito lembrei que eu já havia feito o mesmo, via as coisas apenas como eram, e não como poderiam ser, a tradição paralisou minha mente. O tempo passava e eu mesmo insatisfeito, somente olhava a corda que me prendia naquele velho e acomodado cais, na verdade eu tinha medo dela.
O tempo passou e daí começou a aparecer pessoas cujas ações e palavras agiam como lâminas nessa corda, eu sem entender pensava: não podem cortar ela, se não vou ficar a deriva; chegou ao ponto em que a corda estava prestes a romper e foi então que alguém veio e disse: O mundo é o teu limite, pena que não sabes. Isso fez uma revolução dentro de mim, colocaram em guerra meus desejos e ambições contra a tradição e a paralisia que me tomou durante anos.....e hoje!?, hoje me sinto com três metros de altura, a corda que me prendia usei para colocar mais uma vela em mim, pois agora tenho de aproveitar os ventos que tornam reais meus desejos.
Esse alguém que um dia serviu como espelho para que eu pudesse ver o reflexo que a “água” distorcia está navegando, e eu!?, Eu não ficarei na ilha, irei tão longe quanto pode ser medido, os mares estão a minha espera, e quem sabe um dia encontro essa pessoa novamente, e dizer que enquanto navegava podia ver seu rosto nas montanhas em conjunto com as belezas do céu e a leveza dos pássaros.
Enquanto desapareço no horizonte vejo que alguém ficou na ilha de onde parti, não o conheço assim como muitos outros barcos, mas deixei um pergaminho em uma garrafa contando minha história talvez sirva para alguma coisa.
Roger Dutra Rad

Um comentário:

  1. Acho que esta já é a terceira vez que tento comentar ao post do Roger, mas não encontrei as palavras necessárias, embora esteja vindo comentar agora sei que ainda não as encontrei, mas tentarei.

    Alguns trechos me deixaram realmente intrigada, querendo enxergar o Roger que conheço por trás de suas declarações, mas também vendo que de certa forma também tenho me sentido um barco acorrentado, paralisada por tradições, costumes, ... , sei que relacionei estes fatores a coisas diferentes das relacionados pelo Roger, mas ele me fez entender que não importa a situação, não importa de quem é, ou qual corda o prende, a um momento na vida em que se deve deixar as dúvidas e medos para trás e apostar em si mesmo, sentindo como se tivesse três metros de altura!

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